Olá, sou Marcelo Barboza, especialista em infraestrutura física de TI. Neste artigo, vou explorar as etapas necessárias para projetar um link de fibra óptica em data centers, conforme apresentado em um vídeo recente que gravei sobre o tema.
1. Requisitos da Aplicação
O primeiro passo no projeto de um link de fibra óptica é entender os requisitos da aplicação que será utilizada. Isso inclui:
- Categoria da Fibra Óptica (FO): Determinar se será utilizada fibra multimodo (MM) ou monomodo (SM). Para mais detalhes sobre as categorias de fibras ópticas, visite Categorias das Fibras Ópticas MM e SM.
- Quantidade de Fibras: Definir quantas fibras serão necessárias para a aplicação.
- Comprimento Máximo: Verificar o comprimento máximo permitido pela aplicação.
- Perda Máxima: Estabelecer a perda máxima aceitável para garantir o desempenho da aplicação.
Por exemplo, para uma aplicação 100GBASE-SR4, a fibra OM3 suporta um comprimento máximo de 70 metros com uma perda máxima de 1,8 dB. Para mais informações sobre padrões Ethernet e requisitos das mídias, acesse Padrões Ethernet.
2. Balanço de Perda
O próximo passo é calcular o balanço de perda do link. Para isso, você precisará saber:
- Comprimento Total do Link: Considerar o caminho completo do cabo.
- Tipo de Fibra e sua Perda Específica: Cada tipo de fibra tem uma perda específica por unidade de comprimento.
- Quantidade de Conexões e sua Perda: Conexões introduzem perdas adicionais no link.
- Quantidade de Emendas e sua Perda: Emendas também contribuem para a perda total do link.
Com esses dados, você pode confrontar os requisitos da aplicação com a engenharia do link. Por exemplo, para um link de 50 metros de fibra OM3 com duas conexões e sem emendas, a perda total pode ser calculada e comparada com a perda máxima permitida pela aplicação. Utilize nossa Calculadora de Perda Óptica para facilitar esse processo.
3. Exemplos de Rota do Link
É importante considerar diferentes cenários de rota para o link:
- Diretamente entre dois racks (A e B): Um caminho simples e direto.
- Entre dois racks passando por uma conexão cruzada (X e Y): Um caminho mais complexo que pode introduzir perdas adicionais.
Calcule o comprimento total do link considerando o caminho do cabo em cada cenário.
4. Verificação e Testes
Após a instalação do link, é crucial realizar testes para garantir que ele atende aos requisitos do projeto. Os testes mínimos incluem:
- Continuidade de Cada Fibra: Verificar se não há interrupções no link.
- Polaridade: Garantir que a transmissão (TX) está conectada à recepção (RX).
- Comprimento: Confirmar se o comprimento do link corresponde ao projetado.
- Atenuação Total: Verificar se a atenuação está dentro dos limites permitidos pela aplicação.
Utilize kits de teste como OLTS (Optical Loss Test Set) e VFL (Visual Fault Locator) para realizar testes de certificação Tier 1. Se a atenuação superar o esperado, utilize inspeção e OTDR (Optical Time-Domain Reflectometer) para testes Tier 2. Para mais informações sobre o curso de OTDR, visite Curso de OTDR.
5. Considerações Finais
Algumas dicas importantes para o projeto de links de fibra óptica:
- Planeje para o Futuro: Projete o link para suportar uma ou duas velocidades acima da atual para evitar retrabalho. Por exemplo, se for requerido 40 Gb/s, considere a disponibilidade para 100 e 200 Gb/s.
- Escolha de Componentes: O custo total da solução pode depender mais do custo dos transceptores (GBICs) do que da fibra em si. Transceptores para fibra monomodo geralmente são mais caros do que para multimodo.
- Tipo de Conector: Verifique o tipo de conector necessário para a aplicação. Conectores LC são comuns para aplicações que requerem duas fibras, enquanto conectores MPO são usados para aplicações que requerem mais fibras. Atenção: existem conectores MPO de 8, 12, 16, 24 e 32 fibras, tanto macho quanto fêmea.
Conclusão
Projetar um link de fibra óptica em data centers envolve uma série de etapas detalhadas e cuidadosas. Desde a definição dos requisitos da aplicação até a verificação e testes pós-instalação, cada passo é crucial para garantir um desempenho ótimo e confiável. Espero que este guia tenha sido útil e inspirador para o seu próximo projeto de fibra óptica.
Para mais informações e cursos sobre o tema, visite Clarity Treinamentos.
Marcelo Barboza, RCDD, DCDC, ATS, DCS, DCP
marcelo@claritytreinamentos.com.br