O Optical Time Domain Reflectometer (OTDR) é uma ferramenta essencial para a caracterização e diagnóstico de enlaces de fibra óptica. Um dos conceitos críticos ao utilizar um OTDR é o entendimento das zonas mortas, que são regiões onde o OTDR não consegue detectar ou medir eventos com precisão. Existem dois tipos principais de zonas mortas: a Zona Morta de Evento (EDZ – Event Dead Zone) e a Zona Morta de Atenuação (ADZ – Attenuation Dead Zone). Vamos explorar as diferenças entre elas.
Zona Morta de Evento (EDZ)
A Zona Morta de Evento é a distância mínima após um evento reflexivo (como um conector) onde o OTDR não consegue detectar outro evento reflexivo subsequente. Isso ocorre devido à saturação do detector do OTDR causada pela alta intensidade do sinal refletido.
Características:
- Causa: Reflexões de alta intensidade, como aquelas causadas por conectores ou emendas.
- Impacto: Impede a detecção de eventos reflexivos próximos ao evento inicial.
- Medida: Geralmente medida em metros, variando conforme a largura do pulso e a potência do OTDR.
- Mitigação: Utilização de fibras de lançamento e terminação para afastar os eventos reflexivos do início do traçado.
Exemplo Prático:
Se um conector gera uma reflexão intensa, o OTDR pode não ser capaz de detectar outro conector ou emenda que esteja muito próximo, resultando em uma “zona cega” logo após o primeiro evento.
Zona Morta de Atenuação (ADZ)
A Zona Morta de Atenuação é a distância mínima após um evento reflexivo onde o OTDR pode medir com precisão a atenuação do sinal. Esta zona é influenciada pela recuperação do detector do OTDR após a saturação causada pelo evento reflexivo.
Características:
- Causa: A recuperação do detector do OTDR após a saturação causada por um evento reflexivo.
- Impacto: Impede a medição precisa da atenuação em eventos próximos ao evento inicial.
- Medida: Geralmente maior que a Zona Morta de Evento, também medida em metros.
- Mitigação: Escolha adequada da largura do pulso e uso de fibras de lançamento e terminação.
Exemplo Prático:
Após um conector que gera uma reflexão intensa, o OTDR pode não ser capaz de medir com precisão a atenuação de um conector, dobra ou emenda que esteja muito próximo, resultando em uma “zona cega” para medições de atenuação.
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Comparação entre EDZ e ADZ
Característica | Zona Morta de Evento (EDZ) | Zona Morta de Atenuação (ADZ) |
---|---|---|
Causa | Reflexões de alta intensidade | Recuperação do detector após saturação |
Impacto | Impede a detecção de eventos reflexivos próximos | Impede a medição precisa da atenuação em eventos próximos |
Medida | Menor, geralmente em metros | Maior, também em metros |
Mitigação | Uso de fibras de lançamento e terminação | Escolha adequada da largura do pulso e uso de fibras de lançamento e terminação |
Fontes Adicionais
- “Fiber Optic Test and Measurement” by Dennis Derickson: Este livro fornece uma visão abrangente sobre os testes de fibra óptica, incluindo detalhes sobre as zonas mortas de OTDR.
- “Attenuation and OTDR Event Dead Zones Explained – OptiFiber Pro” by Fluke Networks: Um guia técnico que explica em profundidade o funcionamento dos OTDRs e as implicações das zonas mortas.
- “The FOA Reference Guide to Fiber Optics” by Jim Hayes: Um recurso valioso para profissionais de fibra óptica, abordando conceitos fundamentais e avançados, incluindo zonas mortas de OTDR.
Conclusão
Compreender as diferenças entre a Zona Morta de Evento e a Zona Morta de Atenuação é crucial para a interpretação precisa dos traçados de OTDR. Este conhecimento permite aos profissionais de fibra óptica realizar diagnósticos mais precisos e garantir a integridade e desempenho dos enlaces ópticos. Utilizar fibras de lançamento e terminação adequadas, além de configurar corretamente a largura do pulso, são práticas recomendadas para mitigar os efeitos das zonas mortas e obter medições confiáveis.